segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Entrevista completa dos Kaulitz com a revista GQ


Quando o Tokio Hotel começar a primeira parte da sua Tour "Welcome to Humanoid City" – 22 de Fevereiro, haverá concertos no Olympiastadium em Moscovo, Paris, Roma e (no momento) só existem duas datas marcadas para Oberhausen e Hamburgo (26 e 28 de Fevereiro). É evidente que os amigos da escola de Magdeburgo são verdadeiras estrelas internacionais com o seu Glam-Rock metal-melancólico. Os gêmeos de 20 anos, Bill (vocalista) e Tom Kaulitz (guitarrista) contaram-nos depois de uma espetacular sessão fotográfica para a GQ, em Hamburgo, como é que o Tokio Hotel encontrou o seu próprio estilo, assim como criativo enquanto jovens artistas que lutam num mundo que ainda precisa aprender a respeitá-los.

Bill e Tom Kaulitz, nos encontramos sem os seus outros dois colegas da Banda, Gustav Schäfer e Georg Listing. Eles ficaram ofendidos?
Tom: Pelo contrário, eles disseram "Obrigado e divirtam-se".
Bill: Se fosse sobre o Gustav e o Georg, eles apenas iriam tocar a bateria e o baixo e ficariam à parte de tudo.

Existe uma separação na banda?
Bill: Não, não. Isto já acontece desde o príncipio: Eles deixam tudo o que tenha a ver com fotos, entrevistas ou tapetes vermelhos para nós. Há seis ou sete anos atrás os repórteres das revistas da nossa pequena cidade queriam falar conosco, mas mesmo assim éramos eu e o Tom quem representavab a banda.

Os seus dois colegas ainda moram em Magdeburgo. Mas vocês mudaram-se para Hamburgo há 5 anos atrás…
Bill: O Gustav e o Georg também viveram aqui (em Hamburgo) durante as nossas primeiras gravações, mas depois disso eles rapidamente voltaram para Magdeburgo. Para ser honesto: Não consigo percebê-los. Mas talvez seja um caso especial para mim e para o Tom quando se trata disso. A nossa infância foi um tempo difícil para nós. Ir para a escola numa aldeia perto de Magdeburgo era um pesadelo. Estamos felizes por termos mudado para longe daí.

Agora pode-se encontrar muitas fotos na internet. Não é inoportuno a privacidade da infância? Como é que eles conseguiram?
Bill: Algumas dessas fotos foram publicadas por ex-colegas da escola. Outras foram dadas à imprensa: Fotos nossas quando bebês e da nossa infância, e também fotos das nossas aparições quando o Tokio Hotel ainda se chamava Devilish.

Vocês nem precisam mais de um álbum de fotos – Podem simplesmente pesquisar no Google e reviver as suas memórias.
Bill: Recentemente decidimos que iríamos tirar mais fotos. Nós viajamos para tantas cidades bonitas e experienciamos tanto que deveríamos documentá-lo… Depois reparamos que: Não precisávamos de fazer isso porque temos sempre conosco um camara-man! Desistimos de tirar fotos em privado.

Para muitas outras bandas jovens Pop, a histeria em volta deles acabou rapidamente. O ToKio Hotel pelo contrário, são um sucesso internacional, ganharam prêmios da MTV, esgotaram os concertos pela Europa e estiveram nos tops de música americanos. Foram vocês que escolheram viver a sua vida estritamente em público para conseguirem isto?
Bill: O Tom e eu decidimos isso. Com todos os aspectos negativos – mas aprendemos a lidar com isso. Torna-se mau quando puxam para a nossa vida pública, as pessoas que não querem isto: pais, familiares, amigos… Nós fazemos de tudo para protegê-los do olhar público. Mas quando carrega o nome Kaulitz, é muito difícil viver uma vida normal.

Quando decidiram ser uma estrela pop – mesmo que isso implica-se desistir da sua vida normal por completo?
Bill: Aos nossos 15 anos de idade. O nosso primeiro single "Durch den Monsun" foi depois lançado. Foi um sentimento totalmente fantástico quando o single se tornou um grande sucesso. A partir daí apareceram as primeiras manchetes…
Tom: … e fomos imediatemente confrontados com tudo!
Bill: As primeiras histórias nos tablóides já existiam. E quando a nossa música passou na rádio, os pedidos aumentaram, e perguntamos a nós mesmos: O que está se passando aqui? Para onde estamos indo? Uma vez deixei cair um pedaço de vidro, no dia seguinte podia comprar um pedaço dele no E-bay. Mas essas experiências são boas. Começamos cedo, é por isso que também aprendemos cedo. O Tokio Hotel não é um trabalho, é a nossa vida. Não há praticamente nada que deixamos de fora, apenas os nossos familiares mais chegados. No ano em que produzimos o nosso novo álbum, não quisemos envolver-nos com a imprensa. Isso não resultou.
Tom: Não pode mudar isso. Não há um fim.
Alguma vez tiveram dúvidas? Há celebridades que mudam de idéias facilmente porque não podem se manter firmes.
Bill: Sim, eu pergunto a mim mesmo: faria as mesmas coisas de novo? Podemos ver isso com os nossos antigos amigos da escola. Eles foram para a Universidade e tiveram a sua primeira experiência nos seus trabalhos. Coisas que nós não sabemos. Tive sorte em perceber aquilo que eu realmente queria e que chamava por mim. O que mais eu poderia fazer? Eu não posso viver com o sucesso, mas também não posso viver sem ele.

Mas a música também corre na sua família. O seu padrasto toca também numa banda. É verdade que ele introduziu vocês para dentro do rock and roll?
Bill: Ele nunca nos falou disso. Ele apenas fazia música e existiam instrumentos pela casa. De certa forma, nós dois estivemos com eles. Uma vez o nosso padrasto percebeu que o Tom continuava tocando guitarra e ele explicou as coisas básicas. Mas não foi como na escola. Nós não deixamos ninguém nos ensinar. O Tom e eu temos um sério problema com a autoridade.


Qual foi a razão de terem se mudado tão cedo?
Bill: Como eu disse, nós dificilmente conseguíamos ficar e viver numa pequena cidade. E o nosso estúdio é em Hamburgo.
Tom: Primeiro, nós vínhamos muitas vezes em casa. Mas nos últimos 4 anos, nós vivemos aqui 100%. Nós partilhamos um estúdio apartamento. Um quarto só de rapazes e 4 cães. Nós não conseguimos imaginar a coisa de outra forma. Eu penso que nenhum de nós se mudaria.

Soa estranho para quem está de fora. É claro que irmãos ficam juntos – mas eles raramente discutem e partilham quase tudo…
Bill: *interrompe*… Calma. Eu não poderia imaginar isso como irmãos. Você não pode esquecer que nós somos gêmeos idênticos. É algo especial, é diferente.
Tom: Nisso, eu sento um pouco e penso que poderia passar uma hora sem estar com o Bill, mas nunca acontece. Nós temos espaço suficiente no apartamento para ficarmos afastados de outras formas e ainda nos juntamos na sala de estar e ficamos juntos o dia todo, se tivermos tempo. Nós apenas vamos para quartos diferentes quando é para dormir.

Vocês são ambos vegetarianos. Foi uma decisão em conjunto também?
Tom e Bill: *ao mesmo tempo* Sim! *risos*
Tom: Não resultaria de outra forma. Seria insuportável para um se o outro ainda comesse carne.
Bill: Esta decisão foi pelos animais. No entanto eu amava carne, antes! Eu praticamente já deixei os hamburgueres. Mas felizmente há alternativas muito boas.
Tom: Apenas não pensem que estamos numa viagem de bem-estar! Nós ainda comemos pizza, cachorros quentes, hamburgueres, apenas sem carne, durante todo o dia. É ainda delicioso e não saudável. Apenas não tem carne.

Tanta harmonia até assusta, mesmo que seja com gêmeos. Alguma vez já se odiaram?
Bill: Sim, temporariamente. Aos 13, nós estivemos em guerra por um ano. Nós estávamos na puberdade e estávamos testando os nossos limites. Naquele tempo, nós tínhamos amigos separados, e cada um passava muito tempo com a sua namorada. Nós crescemos separados durante esse tempo.
Tom: Agora, nós temos ainda os mesmos amigos.

A música juntou vocês?
Bill: Este nosso projeto em comum é mesmo a única coisa que se manteve ao longo do tempo. Mesmo quando não estávamos juntos. Nós sempre levamos a banda muito a sério. O Georg e o Gustav eram um pouco diferentes, no início: eles viam a música como um passatempo. O Georg às vezes escapava dos ensaios. O Tom e eu éramos muito mais sérios e determinados. E não pode se esquecer que nós tocamos na frente de apenas 10 pessoas no centro de jovens.
Tom: Hoje ainda é assim. Pode-se mesmo taxar isso, porque nós queremos controlar tudo, não interessa o quão complicado as coisas se tornem por causa disso. Cada foto que está para ser lançada tem que levar a nossa aprovação. Decisões podem demorar anos porque todos querem dizer algo.
Bill: Nós dificilmente estamos satisfeitos. Nós somos controladores, completamente perfeccionistas. Eu tentei ser mais relaxado recentemente. Mas deixar andar e deixar as coisas nas mãos de estranhos, é mesmo muito difícil para mim, no que toca à banda.

Os irmãos Kaulitz são o suporte da banda?
Tom: Nós não continuamos com as perguntas que não queremos responder.
Bill: Quando saímos do palco, quando algo corre mal, nós ficamos todos em silêncio. Ninguém fala.

Já existiu alguma vez problemas que não valiam todo o drama? Que a companhia colocou a cor errada na cor da capa ou algo assim?
Tom: *respira profundamente* Agora isso seria uma catástrofe. Eu explodia.
Bill: Se algo do gênero tivesse acontecido, eu não dormiria bem durante um ano… Mas eu lembro de algo: algumas das nossas músicas do Humanoid estiveram online, ilegalmente, 3 meses antes do álbum ser lançado. Eu mal conseguia acreditar que alguém tenha roubado a arte onde nós pusemos muito do nosso tempo e energia.

Um problema bastante grande nos dias de hoje. Como é que reagiram?
Bill: Nós não vamos nunca mais ceder a nossa música às companhias, antes do tempo. Caiu nas mãos erradas, algumas vezes. Nós fomos cuidadosos antes, mas aprendemos com isso.
Tom: Tudo tem que ficar no círculo mais pequeno possível. A nível de negócios, existem muitos envolvidos no Tokio Hotel: A companhia alemã, a francesa, a Interscope nos Estados Unidos e muitas outras. É completamente incontável o número de pessoas envolvidas que não pode controlar.
Se a música é um tópico emocional, o projeto da banda não põe em perigo o amor entre irmãos?
Tom: Pode vê-lo desta forma. Teoricamente, ambos temos o problema de focar-nos nos aspectos negativos das coisas. Se há uma mensagem má, nós esquecemos as 20 boas que recebemos antes. As más notícias fazem melhorar a situação. Você consegue continuar em frente a partir de coisas positivas.
Bill: Isso é uma coisa típica de gémeos. Quando eu estou feliz, o Tom tem 10000 coisas na sua mente. E o inverso. Podemos sentar juntos um do outro num sofá, relaxados… acontece uma vez por ano.
Tom: Na verdade, isso não tem acontecido nestes últimos 5 anos.

É como se pudessem ouvir isso na sua música. As bandas jovens normalmente soam muito melodiosas, menos escuras e vendem – as músicas do Tokio Hotel têm sempre de ser surpreendemente escuras, sérias e relembram a ingenuidade da infância. Como é possível que dois rapazes tão diferentes, concordem num estilo musical?
Bill: Boa pergunta. Em privado, nós discutimos sobre a música. Ele ouve hip-hop e eu ouço todo tipo de músicas. Não nos entendemos nesse aspecto.
Tom: Quando começamos, foi fácil. Não tínhamos outra escolha! Nunca nos sentamos e dizemos: Vamos soar como esta ou aquela banda. Nós estávamos limitados. Nós fizemos apenas aquilo que éramos capazes. É interessante como aquele único estilo que criamos dure até hoje. Há uma linha que passa por todos os nossos trabalhos, uma linha clara.

Quando uma pessoa olha para vocês hoje – o glamuroso e parecido com um alien, Bill, e o rapaz com um estilo de rua, Tom – não imagina que vocês sejam gêmeos. Quando foi que se desenvolveram em diferentes direções?
Bill: É difícil de explicar. Nós queríamos apenas, a certa altura, sair da sombra um do outro. Sair daquela imagem aborrecida de gêmeo. Na escola, foi sempre assim: "Os gêmeos por aqui os gêmeos por aí"… Por outro lado, eu penso que é natural que cada um tenha desenvolvido a sua personalidade uma vez que fazemos tudo juntos. Ou talvez não.
Tom: Eu diria isso desta forma: Tudo o que um ser humano completo faz por si próprio, nós distribuímos entre nós dois. Cada um de nós escolheu a sua parte e especializou-se nessa área específica. O Bill é o mais criativo, eu sou mais virado para o negócio. Se você juntar isso, somos uma pessoa, um ser humano muito versátil.

Isso significa então que vocês nunca foram rivais em todos estes anos?
Bill: Nós nunca pensamos sobre quem é o filho favorito e quem é a ovelha negra. Fomos sempre uma equipe. Como eu disse, nós mudamos aos 15 anos, ganhamos o nosso próprio dinheiro. Não tivemos tempo para travessuras de crianças – tudo aconteceu muito cedo. Às vezes sinto que a minha vida e a do Tom, desenvolve-se duas vezes mais rápido, porque ensinamos um ao outro o que aprendemos. Gêmeos idênticos crescem mais rápido porque eles partilham tudo. Incluindo a experiência.

Como um ser Humano de quatro orelhas.
Tom e Bill: Exatamente!
Tom: Uma criança sozinha, passa por tudo uma só vez. Tem unicamente um ponto de vista. Nós sempre partilhamos tudo em relação a cada aspecto.
Bill: A nossa mãe sempre nos disse que, uma vez que desligasse as luzes do nosso quarto pela noite, ela não tinha dúvidas de que iríamos ficar pelo menos mais uma hora acordados conversando e discutindo sobre as coisas. De certa forma, ainda é assim.

Disseram a sua mãe: Quando eu crescer, eu irei te comprar um Cadillac?
Bill: Não é bem assim, mas nós sempre quisemos ser independentes com o nosso dinheiro. Nós sempre quisemos ter as nossas roupas, celulares e esse tipo de coisas. Ter responsabilidades nunca foi assustador para nós. Senti bem aos 15 anos, pois, sabia que podia pagar a minha própria renda e encher o meu frigo-bar.

Alguma vez desejaram ter outro irmão ou irmã?
Bill: Nem por isso.
Tom: Seria muito difícil para nós um novo bebê. Nós sempre tivemos uma ligação muito forte – as pessoas de fora nunca entram 100%. Nem mesmo os irmãos imaginários.
Bill: Talvez tivesse resultado meio ano depois, mas isso não é possível biologicamente. (risos)

O que teria acontecido se apenas um de vocês se tivesse tornado famoso? Continuariam a ser os amigos gêmeos inseparáveis?
Tom: Eu penso que sim! Talvez tivéssemos seguido por direções diferentes. Um de nós poderia ter se tornado num músico e o outro ingressado na universidade. Mas tendo em conta que se um de nós tivesse tornado famoso, teria certamente puxado o outro também. O Bill teria me feito o seu manager. Ou então eu teria o contratado se tivesse estudado Design Industrial.
Bill: Por favor, não façam rumores sobre isto. Sou apenas eu fazendo um jogo com os meus pensamentos. Mas eu não cantaria onde quer que fosse, fora do Tokio Hotel. Eu nunca poderia fazer isso sem o Tom. E mesmo que estivesse sozinho eu precisaria das suas palavras para me apoiar. Não funcionamos muito bem por conta própria.

* Elees são demaiis, né gente ? *

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